terça-feira, 29 de maio de 2012

Eu vim da Bahia.

Tudo o que eu venha a dizer aqui ainda será muito, mas muito pouco para definir o encantamento da noite de ontem. Me travam as palavras. Só posso acreditar que tudo aquilo é divino. Gil, Orquestra Petróbras, Theatro Municipal. Uma junção que não teria como ser menos do que divina. E lá estava eu, mais uma vez no Theatro Municipal (desta vez sem gafes, juro!), onde já senti tantas outras emoções, sempre boas, sempre belas, sempre sublimes. Mas agora era Gil. Nada menos do que Gilberto Gil, acompanhado pela orquestra. Eu, sozinha na minha cadeira, tinha as mãos geladas de ansiedade. Quando estamos distantes do nosso ninho, qualquer coisa que nos remeta a ele é um carinho no coração. Não foi por acaso que me derramei em lágrimas quando Gil chegou, na sua mansidão costumeira, com sua voz e violão aveludados, cantando " eu vim da Bahia cantar, eu vim da Bahia contar, tanta coisa bonita que tem, na Bahia, que é o meu lugar...". A minha vontade era subir na cadeira e cantar junto com ele, bater no peito e dizer que eu também vim de lá! E ai, que saudade eu tenho da Bahia! E eu nem sabia que tinha essa saudade. Porque a má administração da Bahia e de Salvador turvam nossas vistas e não deixam que a gente sinta falta dela, pelo contrário. Mas ver Gil alí, do auto dos seus 50 anos de carreira, tocando Jimi Hendrix, cantando à Bahia e entoando novas composições, inflou meu peito e me encheu de orgulho de ter dendê correndo nas veias. O que vi e ouvi naquela noite, eu vou levar pro resto dos meus dias. Se existe Deus, anjos, dentre tantas outras representações celestiais, estavam todos, todinhos presentes naquela comunhão. E eu só tenho que agradecer à vida por poder ter testemunhado.



Muito orgulho em ser baiana.




Parabéns a todos que fizeram parte desse espetáculo, especialmente ao querido maestro Carlos Prazeres, sempre genial.



sábado, 26 de maio de 2012

Entre o mar e o entardecer.

Eu me deixo enebriar. Na verdade não é questão de deixar-se ou não. Não há múltiplas escolhas, não há sequer uma única opção além de me enebriar. Do teu cheiro, teu sorriso, da luz radiante dos teus olhos que me invadem cada vez mais profundamente e me desnudam, me deixando aterrorizadamente nua. Nua das vestes, das armaduras, rancores, mágoas... Passados. O azulejo que vem de ti me põe no presente. Me renova. Me faz pensar que nasci hoje. E amanhã eu acordo, achando que acabei de nascer. Com a alegria de quem tem um mundo novinho para viver pela frente. A minha alegria que vem de cada passo cadenciado seu, valsando minha vida. E eu? Ah, eu estou aqui!... Dancemos!



quarta-feira, 16 de maio de 2012

Carreira, dinheiro, canudo.

Não sei o que está acontecendo comigo. Sinceramente não sei. Sei que não estou muito bem, mas não sei em que parte. Tá bom, é mentira, eu sei. Mas poxa, estou metendo a cara no trabalho, ficando em minha casinha bem bonita, tentando me sossegar... Dá pra fazer efeito?! Uma ansiedade que não passa, taquicardia, mãos geladas, cigarro Hollywood vermelho (o cigarro do sucesso). Quero sarar! Aliás, quero sarar logo! Porque eu sei que vou sarar, eu sempre saro... Mas eu queria sarar hoje! Tipo entrar no banheiro e quando sair, sair curada. Estou cansada. Essa necessidade incessante de ti que não passa nem com choque elétrico. Quem lhe chamou?! Quem lhe convidou?! Achou a porta aberta e foi entrando... Pois eu ordeno que retorne de onde veio! É lá que você tem que ficar, no lugar que lhe cabe. Nada de ficar invadindo meus sonhos, minha cama fria, minha tarde de tédio. Vê se me deixa logo em paz... Ou, definitivamente, não!


"Eu adoro um amor inventado."



segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ciclotimia

Tem momentos na minha vida, que se eu não escrever, morro sufocada. Uma vontade louca de escrever pra não ter que falar. Para mim é muito mais fácil rabiscar os sentimentos num papel, do que gritá-los. Deve ser covardia o nome disso... Mas às vezes ser covarde é a atitude mais corajosa que se pode ter. Estou aprendendo a dar novas direções a energias que seriam desperdiçadas. Jogamos fora uma quantidade enorme de energia investida e sem retorno. Eu agora redireciono. No trabalho, no estudo, no blog, ou em qualquer outra coisa que dependa somente de mim. E que a mim retorne. A salvação sábia é egoísta. Oferendas ao nada, não mais.

"E quantos de nossos esforços e sacrifícios são, na verdade, 'oferendas' ao nada?"
(A Alma Imoral)

domingo, 13 de maio de 2012

Cybersozinhos

Dia das mães e eu aqui pensando em pessoas especiais. Não sei, às vezes penso o quanto esse excesso de informações e contatos e amigos e festas e noites e..e...e..., o quanto esse imediatismo atual prejudica o conhecimento real das pessoas. O quanto tudo tem a velocidade do som. E como as coisas começam e terminam nessa mesma velocidade. Tornamo-nos descartáveis pelo excesso. Porque são tantas relações sociais e virtuais, que se conhece todo mundo e não se conhece ninguém. Estamos formando a geração mais solitariamente social da História. Não se tem tempo para sintonizar amizades, amores. Nem mesmo desafetos. Tenho a sensação de estarmos sempre na superfície. Sem muito interesse nas profundezas. E eu acho tudo isso muito triste.

.: Ao meu bem, Felipe Vasconcellos, que em datas comemorativas, me salva da solidão me emprestando sua família ( Te amo nas profundezas!)


domingo, 6 de maio de 2012

Fé cega, faca amolada.

Após uma conversa com a amada Laura Marini, meio com sono, meio bêbada, ao chegar em casa de mais uma noite de risadas e avacalhações, fiquei a pensar no sentido de Deus na minha vida (sim, nós chegamos e ficamos conversando sobre religião, porque na TV estava passando a missa de domingo...rsrs). Já sei, já sei, religião, futebol e política, não se discute. Mas eu não estou aqui pra discutir. Durante muito tempo na minha vida, frequentei centro espírita e posso falar tranquilamente que entendo bem do assunto. Minha família nunca foi extremamente religiosa e não existe uma definição. Acho que por conta disso, não me sinto vinculada a nenhum templo, ceita, terreiro... Quando preciso, apelo para todos eles! Peço a Buda, Gandhi, Alan Kardec, Santo Expedito ( tá, Santo Antônio às vezes...), Yansã, Yemanjá, Freud, Chuck Norris... Se sou atendida, faço agradecimento pra geral e fica tudo ótimo. Na verdade, o Deus que acredito é aquele que sinto.Que vejo no olhar dos meus amigos, no cuidado dos meus pais, no amor dos meus irmãos. No pôr de sol do Arpoador, na Cachoeira da Fumaça, na música de Bethânia. Por isso, não dá para classificar essa imensidão em uma nomenclatura humana. É reduzir demais! Soa até prepotente. Respeito aqueles que seguem fielmente suas religiões, às vezes até invejo, acho bonito os que aparentam uma fé inabalável. Mas eu continuo a acreditar no universo como sendo Deus. Que eu nem sei se tem nome. Me estranha chamar tudo isso de Deus, mas se é pra ser assim, eu tenho o meu. E o meu Deus, é tudo aquilo que me enebria de amor e magia. Amém!


Alí eu senti Deus.