domingo, 30 de maio de 2010

Me deixe!!!! Aah!

Ah não, eu tive que vir escrever!!! Tive que vir, sabe porquê? Porquê eu fico muito puta! Fico puta com gente que além de ser covarde, ainda tenta me convencer a ser! Ah, vááá! Se tem uma coisa que não entra na minha cabeça de jeito nenhum são essas pessoas, que deixam de viver porque tem "medo de"! Medo de se apegar, medo de sofrer, medo de dar errado, medo, medo, medo! E medo de morrer??? Não tem não? Não deve ter, porque se tivesse, estava era aproveitando a vida com gosto, os nossos cinco sentidos. Quando relacionado ao amor então, esse medo triplica! Como temos medo do amor! As vezes eu ouço casos, ou vejo por aí, ou até mesmo acontece comigo, de você enxergar a oportunidade que as pessoas perdem de sentir um amor forte... Desses que te deixa completamente atordoado, que você precisa parar de conversar porque de cada dez palavras ditas, onze remetem a mesma pessoa! Que delícia! Tudo bem, vá, isso é paixonite. Botem o nome que quiserem, o que eu falo são dos sentimentos! Das emoções que nos impedimos de viver por nada. Eu sei que muitas vezes o "parar" é sábio, mas o continuar é muito digno também!!! Que gostoso amar de não caber no peito, ou até mesmo chorar ouvindo Bethânia cantando "Negue". Sentir aquela saudade gostosa dele, uma coceirinha boa no coração que faz você abraçar o travesseiro e deitar na cama suspiraaaando, com um sorrisinho besta no rosto! Ai gente, é uma delícia! E se tiver que sofrer, sofra também! Sofra com fervor! Com certeza passará mais rápido do que quem prefere sofrer com doses homeopáticas de Lexotan. Por isso que eu adoro os meus castelinhos! Vivo construindo castelinho! Se eu fico com um menino hoje e gosto, certeza que já imaginei minha sogra, meu sobrenome, e com quem deve parecer os nossos filhos. Sou assim mesmo. Pode até soar como imaturidade do amor romântico, e deve bem ser. Mas quer saber? Eu nem te ligo! Assim como eu amo arduamente quando estou com alguém ( e isso pode ser um namorado, um paquera, ou uma noite) , eu também sei virar a esquina. Tenho muitos castelinhos e gosto de conviver com eles. Eles enfeitam minha praia, mesmo que a onda venha e acabe com eles, não me importo! Vou lá e construo outros ainda maiores. Se você não gosta dos castelinhos, já construiu uma vez e não quis reconstruir após a onda... Tudo bem, eu lamento pelo seu desânimo, mas te peço só uma coisa... Não destrói os meus!!!

>>>Não tem aquele ditado, "quem tem boca fala o que quer" ? Pois então, quem tem coração... ama o quanto quiser!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Por não estarem distraídos

"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos." (Clarice Lispector)
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Me embriagando de Clarice...