quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Xuxexu!

Posso falar que hoje estou especialmente feliz. Geralmente não sou muito de celebrar datas, nem mesmo o meu aniversário, mas o dia das crianças sempre me dá uma energia. A gente se sente no dever de estar alegre. Aí eu acordo, e numa busca aflita por pilhas para um controle remoto, eis que descubro uma vitrola! Velho, eu achei uma vitrola! Usei de toda a minha habilidade "Pereirão" (favor ver a novela das 21hs) e, para a minha surpresa, consegui fazê-la funcionar! Como se não bastasse, ainda achei uns 40 vinis!!! Praticamente uma mina de ouro né?! Dentre tantas preciosidades como Clara Nunes, Cazuza, Michael Jackson, Alcione, eis que me deparo com a coleção completíssima dos discos de Xuxa. Prontamente pus para tocar. Me senti voltando no tempo, lembrando de quando eu imitava ela em casa, com o meu microfone da Xuxa, que tinha uma carinha e cabelinhos. Aí hoje eu vejo o quanto falam mal de Xuxa. Confesso que eu mesma já falei algumas vezes. Agora penso, não temos esse direito. É como cuspir no prato que comeu. Porque atire a primeira pedra quem aqui nunca dançou nenhum hit da Rainha dos Baixinhos! Quem não ficava esperando a nave Xuxa chegar e não ficava arrasado, ou até mesmo chorava, quando esta se despedia da Terra? Qual menina, naquela época, não teve, mesmo que uma mínima vontade, de ser paquita, ou estar no Xou? Me diverti muito com Dengue, Praga, e chorei quando o cãozinho Xuxu morreu (chorei agora ouvindo a música). Os filmes estrelados por Xuxa, perdi as contas de quantas vezes assisti. Lembro de um que era numa casa de férias, meu sonho eram umas férias daquelas! O dia em que Xuxa decidiu acabar com o programa e ir embora para a Argentina (foi isso mesmo?) acho que eu já estava maiorzinha e fingi não ligar. Eu estava na casa da ilha, com a minha família e tive que engolir o choro, que liberei depois, sozinha na praia. Aí a gente cresce, fica feio, rídiculo. Perde o sonho, a magia, o encantamento colorido da infância e passa a criticar quem ainda não perdeu. Tudo bem, Xuxa não é mais a mesma, mas quem disse que as crianças são?! E, apesar de todas as críticas feitas, sim, ela ainda é a Rainha dos Baixinhos. Quem tem filho pequeno, sabe bem disso. Já dancei muito "Xuxa Só Para Baixinhos" com meu irmão menor e era a única coisa que deixava ele paralisado na frente da TV. Então, caros colegas, vamos deixar Xu-xu-xu Xa-xa-xa viver a vida dela. Afinal de contas, ela já viveu nas nossas durante muito tempo!



FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 1 de outubro de 2011

Ah, Dinorah, Dinorah!

Estive lendo umas coisas de Caio Fernando Abreu (pra variar) e conheci o livro "As Frangas", onde ele conta histórias de suas galinhas, dedicado à Clarice Lispector, "que também gostava delas". Pois bem, também tenho uma história de galinha pra contar. Na verdade, convivo com galinhas desde muito pequena, nas minhas idas ao sítio de minha vó Edite, em Serrinha-BA. Vou te falar que nunca fui muito amiga das ditas aves, gostava mesmo era dos pintinhos. Depois que cresci, meu único contato com galinhas, era no prato, assada ou cozida. Até o dia em que ganhei uma. Foi em Outubro do ano passado, eu estava em uma fase de mudanças fortes na minha vida, saindo de casa, indo morar sozinha. Comprando coisas para a casa nova, empolgada e nervosa. Foi quando ela me apareceu. Foi meu primeiro presente de casa nova, dado pela mãe de Edu, a elegante e fina, Excelentíssima-Senhora-Dona Dinorah (Ah, Dinorah, Dinorah!!!) , Dino para os íntimos e , no meu caso, intromeditos. Desde quando conheci tal Excelentíssima-Senhora-Dona, que ela me amou. Eu sei disso, ela nunca me contou, mas eu sei. Porque desde o primeiro momento fui xoxada (favor pesquisar o termo no dicionário santamarense) por esta personalidade. E quando ela xoxa alguém, assim, de primeira, é porque gostou. No meu caso, me expulsou da mesa do café porque já estava demorando demais e ela também gostaria de se servir. Assim, singela, bem delicada, como lhe é costumeiro. Mas ela me comprou a galinha. Me falou que tinha um presente para minha nova casa.  Ao me entregar , todo embalado em papel bonito, como não poderia deixar de ser, me disse: " Toma, que lhe é imagem e semelhança". Eu, inocente, logo pensei: "Deve ser uma boneca linda, como eu". Era a galinha. Uma galinha-paliteiro. Foi amor à primeira vista. Levei ela para casa e lhe conferi um lugar de destaque, em cima de um tronco cortado de árvore que eu tinha na "sala" da minha kitnet. A minha galinha não tem nome. Acho que porque ela tem cara de galinha mesmo. É de gesso, branca, bico laranja e um matinho verde debaixo dela. Tem um buraco nas costas, que é onde, supostamente, ficariam os palitos, mas essa função foi desprezada. Ela carrega é dinheiro. Como nunca tive santo nenhum para rezar ao pés, fiz da galinha a minha protetora. Tudo que eu preciso, peço a galinha. E, pasmem, ela atende. Já me arrumou namorado, emprego e muito mais. Edu, quando precisa de alguma coisa, me liga: " pede a galinha, fia!". Até arrumei comida pra ela. E nao é qualquer comida, é "comida de Santo". Milho que eu trouxe de uma festa que fui num terreiro de candomblé, em Salvador. Olhei pro milho e pensei: "Ela vai gostar!". Dito e certo, a danada ficou foi feliz! Ai decidi me mudar novamente, dessa vez de Estado. Encaixotando coisas e tendo que decidir entre o que ia e o que ficava, olhei para a galinha e não titubiei: " Vamos para a Cidade Maravilhosa, cacarejar por lá, minha Santa!". E ela foi comigo no avião, dentro da bolsa, junto com o seu ungido milho . Hoje, moramos juntas em Vila Isabel. Arrumei prontamente um cantinho especial para ela, onde remontei o seu mini-altar. Agora ela fica lá, toda prosa, cacarejando cheia de "xis", dizendo que já pegou o sotaque da nova terra. Ah, bichinha exibida!




"...Sempre acho que a gente pode continuar querendo agradar a quem já morreu. Gosto de pensar que quem ja morreu fica num lugar quentinho, que a gente nao vê, cuidando de quem ainda não morreu. E se voce quiser agradar essa pessoa, é so fazer coisas que ela gostava. Aí ela fica ainda mais quentinha e cuida ainda melhor da gente..."



.: Ao Caio Fernando, que está lá no seu lugar quentinho.