quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Salve Simpatia!

Tanta coisa aconteceu nesses últimos meses... Uma guinada total na minha vida. Abrindo mão dos meus maiores prazeres, e descobrindo outros tantos, incomparáveis. Mudei de casa, de rotina, até de número do sutiã. As amizades também mudaram. Existem fases nas nossas vidas que funcionam como verdadeiras peneiras. O suco passa, o bagaço fica. Aí quando você vai olhar o que ficou na peneira, muitas vezes se surpreende, não entende porque aquilo não passou para o copo, já que sempre bebeu daquela fruta. "Talvez seja necessário jogar um pouco mais de água", pensamos. Jogamos e nada. O bagaço continua lá. Mas também existe surpresa com o líquido altamente selecionado que passou. Surpresa das boas! E certezas também... É o momento em que olhamos para lá e falamos: "Ah, você eu sabia que estaria aí!". Mas alguns "sumos", são verdadeiros tesouros impensados. Jamais acharíamos que estes passariam pela peneira, e eles não só passaram como dão todo o sabor ao suco, que tem alimentado minh'alma e nutrido tão fortemente o meu coração e o meu ventre de amor purinho, purinho.




Aos meus sumos, muito obrigada!


.: Texto dedicado especialmente à meu Lorenão, meu presente do bar da cachaça... Prix.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sem mais...



... Sem palavras. Te amamos demais, tanto que falar que te amo fica insignificante. É pouco. A gente nunca vai esquecer de hoje...

Muito.

sábado, 6 de outubro de 2012

A vida é cigana

Tive uma infância maravilhosa. Muito mesmo. Minhas duas famílias me proveram vivências que acredito ser oportunidade de poucos. A família Aragão tem ( ainda hoje) uma casa na ilha de Itaparica que era o verdadeiro paraíso para mim e mais de 15 primos, todos na mesma faixa etária. Naquela época o lugar era  ermo, e vivíamos livres para colorir nossas aventuras. A família Bastos dispunha de um sítio, mais conhecido como Chácara Chico Mendes, na cidade de Serrinha, interior da Bahia. Lá a gente tirava acerola do pé, brincava no balanço da mangueira, fazia fogueira, criava pintinhos e galinhas. O sítio já foi vendido, mas a memória dele ainda é muito viva em todos nós. Nessa cidade ainda mora o meu tio querido, Fernando, mais conhecido como Capilé. Amante das palavras (escreve coisas belííííssimas) e da boa música Nordestina, muito do que trago na minha bagagem sofreu larga influência dele. Me lembro dele cantando pra mim, eu era muito, muito pequena, uma música do Geraldo Azevedo, que não lembro exatamente qual. Mas lembro dessa cena onde ele me cantava e explicava a letra, o que ela estava transmitindo: "Entendeu Lancoca?". Eu ouvia atenta. E é esse o som que tenho registrado na minha cabeça fortemente como o som da minha infância. Esses embalados pela voz do Geraldo. Acho que ficava tocando lá no sítio enquanto a vida acontecia e ficou uma coisa meio subliminar. Mas é ouvir qualquer canção na voz sotaqueada desse Nordestino sem igual, para que eu me transporte direto praquele lugar. Posso sentir o cheiro do fifó, do candeeiro da casinha do caseiro, que quando esse não estava, virava casinha das crianças. O gosto ímpar do geladinho da véia Edite. Sinto até as palmadas carinhosas que seu Erasmo dava no meu bumbum: "É Lori!!!". Não há um show que eu assista do Geraldo Azevedo que não me emocione. Já virei até piada dos meus amigos. Todos os shows fico altista. Não converso com ninguém, não olho para ninguém. Não tem como. Eu não estou alí, estou me balançando debaixo da árvore, vento no cabelo, coração de criança. A voz desse cantor vai além do meu coração, suas músicas me projetam pro melhor de mim. Hoje, adulta, vivendo no Rio de Janeiro, acabei de chegar da casa dele, Geraldo Azevedo. Eu estava na casa dele. O valor que isso tem para mim, ninguém calcula. Fico pensando em como o Capilé gostaria de estar alí, como eles se dariam bem, certamente. Por conta dessas coincidências ( será?) da vida, acabei criando amizade com familiares do Geraldo que me proporcionou essa vivência. Aqui no Rio, já tive oportunidade de ir há vários shows, acesso a camarim, foto e tudo mais. Nunca tive coragem de chegar perto dele. Minha mão sua, coração acelera... Aí eu desisto. Mas hoje, não resisti. Estava tudo tão a vontade, ele alí, dentro de casa, comemorando a vida de sua filha, tranquilo, sereno.Eu, morrendo de vergonha, mas pedi ao meu amigo que falasse com ele, o que foi feito na maior tranquilidade e simpatia. Eu, suando mais que corredor de maratona, pensei mil coisas pra falar, dizer o quanto aquele momento me era especial... Nada. Não veio nada. Engasguei, tentando fazer "a natural" pra não pagar mico numa festa particular. Mas tudo bem,  agora já estou satisfeita e muito. Queria dedicar esse post ao Capilé, agradecer a ele pela boa influência e dizer  que sim, eu entendi, tio



"La paz, el amor, la verdadPresente amanhãcoraçãoA paz, o amor, a verdadePresente Mañana, corazón".

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Carta para a MeNina

Ah, minha querida, como me preocupo contigo... Ah, se você soubesse o quanto! Me preocupo porque sei o quanto você é especial e além desse mundo. Seus pensamentos sempre foram além da sua pouca idade, suas reflexões, seus quereres. E é exatamente isso o que sempre me preocupou. Infelizmente, os que enxergam além do óbvio, tendem a sofrer além do comum. Porque é impossível aceitar tanta injustiça, tanta acomodação, tantos baixos sentimentos. Ver que o que tem em grande quantidade é dispensável. O que mais se necessita, encontra-se dissipado pelo mundo em doses homeopáticas. Eu sei que você enxerga tudo isso e sofre com tudo isso. Além das suas confusões interiores, que não são poucas, isso eu também sei. Muitas vezes olho para você e me vejo, não com toda a sua sapiência, mas compartilhando das mesmas angústias aos 20 anos. Se eu pudesse, diria exatamente o que você deve fazer. Porque é verdade, minha cara, eu já vi esse filme. Mas fica parecendo conselho de mãe, que tenta proteger a gente da vida. Meu desejo é realmente esse, proteger você das intempéries da vida, pelo menos das que eu já sei no que vai dá. Não posso. Não tenho o direito de lhe tolhir. Você vai descobrir por suas próprias experiências. Mas me deixa te dizer uma coisa... Não sufoque sofrimentos em paixões descabidas. Não invente paliativos que não fecharão suas feridas. Sua dor não é por alguém, ou alguéns. Não está fora de ti, mas do lado de dentro. Enquanto não encará-la de frente, ela vai se repetir, repetir, repetir... Num ciclo vicioso e masoquista. Encare-a. Você tem força para isso. Interrogue-a, identifique-a e aprenda como lidar com ela. Enquanto continuar andando sem olhá-la, ela vai continuar sendo a sua sombra. Sofra, aprenda a sofrer sem acabar contigo. Suporte. 

E dispa-se.

Te amo.