sábado, 31 de dezembro de 2011

Tim, tim!

É aliviante e, ao mesmo tempo, difícil me despedir de 2011. Resumir o que foi para mim este ano em poucas palavras é uma tarefa quase impossível. Mudanças radicais, amadurecimento, aprendizados, felicidades, tristezas, decepções, descobertas, permearam 365 dias de vida. Intenso e meteórico, eu diria. Marcado por tantas surpresas boas e tantas outras ruins. Não diria que foi o melhor ano da minha vida, porque não foi lá o mais feliz, porém sem dúvida foi de uma grandeza interior assustadora. Tantas pessoas especiais me encantaram, tantas pessoas que eram tão especiais, me desencantaram. Acho que isso foi o que mais marcou meu 2011: A dinâmica das pessoas. Eu que comecei o ano em minha cidade, Salvador, agora me encontro, de repente, vivendo no Rio de Janeiro. Junto com esta mudança, vinheram atreladas muitas outras. A distância foi cruel comigo. Tive que aceitar a fragilidade de relações que, ao meu ver, eram tão sólidas. Lidar com o descaso foi extremamente difícil pra mim, virginiana apegada que sou. Me debati, esperniei, sangrei até a última gota para entender que, ao fim, por mais que tenhamos amigos e amores fiéis, somos nós com nós mesmos. E não digo isso com amargura. Tenho amigos (que agora sei bem poucos) leais que deliciosamente coloriram os meus 12 meses. E outros recentemente conquistados que fazem aquele carinho gostoso no coração de uma baiana em aventuranças pelo Rio de Janeiro. Acho que a minha maior lição neste ano foi a de que posso sim contar comigo. Sou muito boa em me acompanhar, me escutar, me compreender, me perdoar. Desejo que 2012 seja para todos nós tudo aquilo que desejarmos. Próspero, de paz, saúde, conquistas e boas vibrações. Que ele venha com a força da serenidade e bálsamo apaziguador do tufão que foi 2011. Venha em paz e tranquilo, 2012! Brindemos a alegria de mais uma passagem de ano, que vem embebida em esperança de que melhoremos ainda mais, de que as pessoas melhorem e de que tenhamos um mundo melhor para todos! Axé!!!


E que seja doce!



Beijo no ombro (por Lizete Aragão, a véia mais esperta do pedaço. Por ela, meu coração transborda de tanto amor.) !!!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Atiraste uma Pedra

Para mim, sempre foi difícil aceitar o fim das coisas. De todas elas. Não gosto quando acaba a lasanha, a nutella, o final de semana, o amor. Tenho ainda a idéia cafonamente romântica de que alguns amores são para sempre. Mas, para minha desilusão, eles, os para sempre, também acabam. Por falta de cuidado, por desavenças, por...por...por... por simplesmente ter "chegado a sua hora". E eu me debato, esperneio, insisto, sangro, mas não adianta. É preciso aceitar. E enquanto se dá esse processo de aceitação, vocês me perdoem, mas eu vou continuar falando sobre, questionando, interpretando, perdendo o sono. Sei que não sei, mas, como diz meu eterno amor (sim, eu insistindo no eterno) Edu O., preciso aprender a lidar com o prazo de validade das coisas. Sem que isso venha com a força do descrédito. É cafona, é piegas, é infantil. é demodê. E daí? Eu, continuarei acreditando. E, desse modo, existindo. 


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Super EU.

E onde está a lógica? Onde encontrar explicação para o presente vivido? Presente da vida! O que fazemos com ele? Congelamos? Esperamos para ver, futuramente, "no que dá", até que ele se torne nada além de passado. É muito mais fácil lidar com o que "não deu" do que com o que é! Porque aquilo deveria ser o que é! S-E-M-P-R-E! O toque na mão, deveria ser o toque na mão! Assim como o toque no cabelo, o olho no olho, a saliva. A troca imediata. E eu digo deveria porque nem sempre deixamos que as coisas, simplesmente, sejam. Aquilo que está acontecendo tem a força do ESTAR. Por mais que amanhã torne-se um FOI, recheado de risadas, ou mesmo de vergonha e constragimento. Quando estava sendo, estava. Que medo absurdo é esse que temos do SER?! Eu SOU eu, hoje. Amanhã, provavelmente eu FUI eu. Mas aí hoje, eu SOU de novo. E, graças a vida e a sequência de SER todos os dias, é que eu, fiel a mim, existo.



.: À Laura Marini, o meu presente.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Xuxexu!

Posso falar que hoje estou especialmente feliz. Geralmente não sou muito de celebrar datas, nem mesmo o meu aniversário, mas o dia das crianças sempre me dá uma energia. A gente se sente no dever de estar alegre. Aí eu acordo, e numa busca aflita por pilhas para um controle remoto, eis que descubro uma vitrola! Velho, eu achei uma vitrola! Usei de toda a minha habilidade "Pereirão" (favor ver a novela das 21hs) e, para a minha surpresa, consegui fazê-la funcionar! Como se não bastasse, ainda achei uns 40 vinis!!! Praticamente uma mina de ouro né?! Dentre tantas preciosidades como Clara Nunes, Cazuza, Michael Jackson, Alcione, eis que me deparo com a coleção completíssima dos discos de Xuxa. Prontamente pus para tocar. Me senti voltando no tempo, lembrando de quando eu imitava ela em casa, com o meu microfone da Xuxa, que tinha uma carinha e cabelinhos. Aí hoje eu vejo o quanto falam mal de Xuxa. Confesso que eu mesma já falei algumas vezes. Agora penso, não temos esse direito. É como cuspir no prato que comeu. Porque atire a primeira pedra quem aqui nunca dançou nenhum hit da Rainha dos Baixinhos! Quem não ficava esperando a nave Xuxa chegar e não ficava arrasado, ou até mesmo chorava, quando esta se despedia da Terra? Qual menina, naquela época, não teve, mesmo que uma mínima vontade, de ser paquita, ou estar no Xou? Me diverti muito com Dengue, Praga, e chorei quando o cãozinho Xuxu morreu (chorei agora ouvindo a música). Os filmes estrelados por Xuxa, perdi as contas de quantas vezes assisti. Lembro de um que era numa casa de férias, meu sonho eram umas férias daquelas! O dia em que Xuxa decidiu acabar com o programa e ir embora para a Argentina (foi isso mesmo?) acho que eu já estava maiorzinha e fingi não ligar. Eu estava na casa da ilha, com a minha família e tive que engolir o choro, que liberei depois, sozinha na praia. Aí a gente cresce, fica feio, rídiculo. Perde o sonho, a magia, o encantamento colorido da infância e passa a criticar quem ainda não perdeu. Tudo bem, Xuxa não é mais a mesma, mas quem disse que as crianças são?! E, apesar de todas as críticas feitas, sim, ela ainda é a Rainha dos Baixinhos. Quem tem filho pequeno, sabe bem disso. Já dancei muito "Xuxa Só Para Baixinhos" com meu irmão menor e era a única coisa que deixava ele paralisado na frente da TV. Então, caros colegas, vamos deixar Xu-xu-xu Xa-xa-xa viver a vida dela. Afinal de contas, ela já viveu nas nossas durante muito tempo!



FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 1 de outubro de 2011

Ah, Dinorah, Dinorah!

Estive lendo umas coisas de Caio Fernando Abreu (pra variar) e conheci o livro "As Frangas", onde ele conta histórias de suas galinhas, dedicado à Clarice Lispector, "que também gostava delas". Pois bem, também tenho uma história de galinha pra contar. Na verdade, convivo com galinhas desde muito pequena, nas minhas idas ao sítio de minha vó Edite, em Serrinha-BA. Vou te falar que nunca fui muito amiga das ditas aves, gostava mesmo era dos pintinhos. Depois que cresci, meu único contato com galinhas, era no prato, assada ou cozida. Até o dia em que ganhei uma. Foi em Outubro do ano passado, eu estava em uma fase de mudanças fortes na minha vida, saindo de casa, indo morar sozinha. Comprando coisas para a casa nova, empolgada e nervosa. Foi quando ela me apareceu. Foi meu primeiro presente de casa nova, dado pela mãe de Edu, a elegante e fina, Excelentíssima-Senhora-Dona Dinorah (Ah, Dinorah, Dinorah!!!) , Dino para os íntimos e , no meu caso, intromeditos. Desde quando conheci tal Excelentíssima-Senhora-Dona, que ela me amou. Eu sei disso, ela nunca me contou, mas eu sei. Porque desde o primeiro momento fui xoxada (favor pesquisar o termo no dicionário santamarense) por esta personalidade. E quando ela xoxa alguém, assim, de primeira, é porque gostou. No meu caso, me expulsou da mesa do café porque já estava demorando demais e ela também gostaria de se servir. Assim, singela, bem delicada, como lhe é costumeiro. Mas ela me comprou a galinha. Me falou que tinha um presente para minha nova casa.  Ao me entregar , todo embalado em papel bonito, como não poderia deixar de ser, me disse: " Toma, que lhe é imagem e semelhança". Eu, inocente, logo pensei: "Deve ser uma boneca linda, como eu". Era a galinha. Uma galinha-paliteiro. Foi amor à primeira vista. Levei ela para casa e lhe conferi um lugar de destaque, em cima de um tronco cortado de árvore que eu tinha na "sala" da minha kitnet. A minha galinha não tem nome. Acho que porque ela tem cara de galinha mesmo. É de gesso, branca, bico laranja e um matinho verde debaixo dela. Tem um buraco nas costas, que é onde, supostamente, ficariam os palitos, mas essa função foi desprezada. Ela carrega é dinheiro. Como nunca tive santo nenhum para rezar ao pés, fiz da galinha a minha protetora. Tudo que eu preciso, peço a galinha. E, pasmem, ela atende. Já me arrumou namorado, emprego e muito mais. Edu, quando precisa de alguma coisa, me liga: " pede a galinha, fia!". Até arrumei comida pra ela. E nao é qualquer comida, é "comida de Santo". Milho que eu trouxe de uma festa que fui num terreiro de candomblé, em Salvador. Olhei pro milho e pensei: "Ela vai gostar!". Dito e certo, a danada ficou foi feliz! Ai decidi me mudar novamente, dessa vez de Estado. Encaixotando coisas e tendo que decidir entre o que ia e o que ficava, olhei para a galinha e não titubiei: " Vamos para a Cidade Maravilhosa, cacarejar por lá, minha Santa!". E ela foi comigo no avião, dentro da bolsa, junto com o seu ungido milho . Hoje, moramos juntas em Vila Isabel. Arrumei prontamente um cantinho especial para ela, onde remontei o seu mini-altar. Agora ela fica lá, toda prosa, cacarejando cheia de "xis", dizendo que já pegou o sotaque da nova terra. Ah, bichinha exibida!




"...Sempre acho que a gente pode continuar querendo agradar a quem já morreu. Gosto de pensar que quem ja morreu fica num lugar quentinho, que a gente nao vê, cuidando de quem ainda não morreu. E se voce quiser agradar essa pessoa, é so fazer coisas que ela gostava. Aí ela fica ainda mais quentinha e cuida ainda melhor da gente..."



.: Ao Caio Fernando, que está lá no seu lugar quentinho.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pensar é estar doente dos olhos

Ontem entrei numa livraria para fazer hora enquanto aguardava por amigos e me perdi nos poemas de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa. Tive felizes surpresas ao recordar coisas que havia lido há tanto tempo atrás. Como ando meio desleixada com o blog ultimamente, decidi trazer aqui um dos poemas dele de que mais gosto. Quando não conseguimos nos expressar, sempre tem alguém que faz isso pela gente! Acho que ando sem querer pensar, ando vendo.




    "O meu olhar é nítido como um girassol.
    Tenho o costume de andar pelas estradas
    Olhando para a direita e para a esquerda,
    E de vez em quando olhando para trás...
    E o que vejo a cada momento
    É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
    E eu sei dar por isso muito bem...
    Sei ter o pasmo essencial
    Que tem uma criança se, ao nascer,
    Reparasse que nascera deveras...
    Sinto-me nascido a cada momento
    Para a eterna novidade do Mundo...


    Creio no mundo como num malmequer,
    Porque o vejo. Mas não penso nele
    Porque pensar é não compreender...



    O Mundo não se fez para pensarmos nele
    (Pensar é estar doente dos olhos)
    Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...



    Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
    Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
    Mas porque a amo, e amo-a por isso
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe por que ama, nem o que é amar...



    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência não pensar..."



    (Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914)


domingo, 24 de julho de 2011

Leiga

Sempre que volto de um concerto, tenho vontade de escrever. Acabei de chegar de um, no Theatro Municipal. É engraçado observar as diferenças de comportamento dos cariocas e baianos. O concerto foi à tarde, as 16 horas, então eu, ingenuamente, pensei: "Ah, não precisa ir nas pompas né?!". Errado. O povo aqui é chique, bem. Ainda mais no frio e no Municipal. Tudo bem que não fui mulambenta, mas fui com minha roupa TCA. Caros soteropolitanos, roupa de TCA para o Municipal, é traje esporte. Pois bem, conformada com minha pequena gafe, sentei (no camarote, porque sou muito bem relacionada) para apreciar o concerto. Já disse antes que não entendo nada a respeito de instrumentos, notas, óperas, sinfonias. Vou porque gosto. Aí fiquei observando os músicos e comecei a relacioná-los com seus instrumentos. Os violinistas parecem ser gente bem chata, sabe? Aquele povo perfeccionista, que não deixa uma poeira sequer no móvel de casa e carrega álcool/gel na bolsa.Devem ser todos virginianos. A galera do baixo e o rapaz da tuba não são, mas deveriam ser todos gordos. O som deles tem cara de gente gorda comendo muito. A turma do Oboé...não sei, mas acho que eles queriam mesmo era ser maestro. Os flautistas não. Eles queriam ser hippies, tocar para as borboletas. Talvez o façam, quando se aposentarem. A galera das trompas...putz! Só podem ser doidões. Ficam soprando aquele troço, o olho esbugalha, a buchecha infla. Sei lá...eles tem cara de doidões, mesmo trabalhados no traje de gala. O rapaz dos tímpanos, bom, poderia facilmente ser professor de física. Muita cara de professor. Aí tem o povo do fundão. A percurssão. Na verdade, quando pequenos, eles sonhavam em tocar no trio de Daniela Mercury, no carnaval de Salvador. Os pais, muito preocupados, os matricularam numa escola de música a tempo de salvar suas almas. E o maestro. Aí a coisa é séria. Foi colega de Amy na adolescência, papai e mamãe mandaram pra rehab aos 16 anos, ele ficou por 2 meses, depois disse "no, no, no". Saiu de lá com diagnóstico de Esquizofrenia, frequentou psiquiatra e psicólogo, daí sublimou. Virou Maestro.



Brincadeiras à parte e deixando a minha ignorância de lado, um concerto é sempre uma delícia!

sábado, 23 de julho de 2011

And I wake up alone...


- Irmã, escute isso.
- O que é isso?
- Só escute.
...

- PUTA QUE PARIU! Quem é essa negona?!?!
- Negona? Acho que não... Essa é Amy Winehouse.


Discursos hipócritas, de gente careta e retrô, jamais diminuirão o valor da maior e única Diva que surgiu nos últimos 27 anos. Queria escrever muito, mas é desnecessário. Ela mesma estaria C-A-G-A-N-D-O pra todo mundo... Assim sendo, vou alí, tomar um bom conhaque.

Brindemos!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do amigo...


...E eu longe dos meus. Eu sei que dia do amigo é todo dia, assim como dos namorados, pais, mães, crianças... Mas quando se está longe, as coisas tomam proporções diferentes. Não, eu não estou triste, chorando, nada disso. É só saudade. Vontade de pegar o carro e ir pro Edf. Caravelas me sujar de graxa. De ir na Federação, falar mal dos outros, fumar um cigarro e brincar de esconder com o guri. De cantar para ela que do nosso amor, a gente é quem sabe, pequena. Uma vontade de sair com a moça da rádio, sem que ela bata no fundo do meu carro desta vez. Hoje eu gostaria muito de calçar o meu scarpin amarelo e ir dançar, gritar e ouvir ele cantar "Evidências" como mais ninguém é capaz, só ele! Ou simplesmente ir almoçar com ela, que é tão diferente de mim, e tão igual... E xingar a cadela dela, só para não desfazer a minha fama de mal. Queria muitíssimo sorrir com o meu bocão, e ver o bocão dela sorrindo pra mim. Ou ligar para ela, e ter a certeza que tem coisas que ela só conta pra mim, mesmo com intervalos , mesmo com pausas, mesmo que uma barata tenha pousado no meu rosto enquanto eu dormia na sua casa. Ah, Eu queria. Eu queria mesmo...

"Onde vocês estiverem, não se esqueçam de mim!!!"

AMO VOCÊS!
"Do nosso amor, a gente é quem sabe, pequena...!"


PS.: À quem não fiz menção, nada de recalque hein?! Quem tem o meu amor, sabe que tem...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Confissão para Odete

Eu queria dizer que não consigo esquecer da gente. Não consigo esquecer da magia do nosso encontro, de como nos conhecemos. De como as coisas foram acontecendo atropelando o tempo, as distâncias, ganhando tanto espaço em mim. E eu me esforço, todos os dias para apagar. Mas, como já disseram por aí, de tanto tentar esquecer, eu me lembro. Quando não lembro, sonho. E acordo num misto de gozo e tristeza, do que hoje é só lembrança, do que não existe mais, além de dentro de mim. Busco incessantemente sentir raiva. Pensar em um momento ruim. Em um momento ruim sequer. Simplesmente não encontro. O que encontro me desola, só tudo de bom. Eu já tentei entender o porque desse desfecho, até fiz a cafonice de me perguntar aonde foi que errei, quando no fundo, sei bem que não foi questão de erros e acertos. A questão é que simplesmente não foi. E que você foi, mas eu fiquei. Migalhando num presente seu, encontrar-te em pedaços. Quando, em verdade, os pedaços são todos meus. Eu queria confessar a Odete que não consigo, mas preciso.





quarta-feira, 15 de junho de 2011

Correndo Perigo


Será? Será que é assim mesmo? Nós corremos perigo? Eu revezo, mas posso confessar que pouquíssimas vezes corri do perigo. É de mim, abrir os braços para ele, quase implorar que ele me pegue, num pega-pega na beira do precipício. Falo isso sem orgulho algum. Mas também, não que seja louvável esconder-se. Que graça tem, todo mundo correndo, pulando no esconde-esconde, e você lá, escondido na mesma moita desde o início da brincadeira? Qual é o sentido de participar, então? Eu não. Saio da moita, vou parar detrás da árvore, de uma flor, às vezes até me escondo atrás de um alfinete...doidinha para ser encontrada. Correr PRO perigo. É meio discurso clichê de adolescente rebelde. Mas eu já não sou adolescente (também não sou nenhuma velhinha tá?), nem tão pouco rebelde, mas qual o sentido de uma vida morna? Nem quente...nem fria...morna. Definitivamente, não nasci para meio termos. Eu também corro do perigo, com o perigo, para o perigo. Mas quando é ele quem corre atrás de mim... Ah! Aí eu abro os braços!!! O perigo é a pimenta da vida.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mostre a Sua Cara!

Eu nunca entendi muito de política. Pra falar a verdade, eu entendo "necas". Não gosto, sempre achei tudo muito confuso, embaraçado e sujo e, por isso mesmo, decidi não tentar entender. Talvez esta seja a postura da maioria dos brasileiros. Acomodados com a esbórnia do país. Eu estava assim, alheia, até que Pedro (o Pondé) resolveu dar voz a sua indignação e abriu meus olhos. Fui pesquisar o que estava acontecendo e não pude acreditar. A construção da Hidrelétrica de Belo Monte está a um passo de se realizar. Eu nunca fui ativista, dado a minha repulsa à política. Mas no dia 03 de Junho, eu estava lá.


Eu fui, por ter tomado conhecimento de que a região que estão querendo inundar, abriga 174 espécies de peixes, 387 espécies de répteis, 440 espécies de aves e 259 espécies de mamíferos, algumas espécies endêmicas (aquelas que só ocorrem na região), e outras ameaçadas de extinção. Ao longo do Rio Xingu, vivem cerca de 13 mil índios de 24 grupos étnicos diferentes, que por séculos vivem alí e estão simplesmente sendo despejados. Não quero ficar aqui numerando tudo, porque sei que a maioria vai ler e pensar: "pff, que saco", mas enquanto nós achamos um saco, o projeto vai caminhando, o IBAMA vai licenciando, e o absurdo se concretizando. Concordo que precisa-se gerar mais energia, porém há outras formas . A Usina, além desses pontos, é uma idéia caríssima, que não vai gerar energia que compense tudo isso. E a energia eólica? E a solar? E a de biomassa? Não são opções?


Não se trata de ser ou não ser ativista, mas de ser gente. De realmente ser um humano. Eu nunca escrevi aqui com intenção de modificar alguma coisa no mundo. Na verdade, se escrevo com algum objetivo, é o de ajudar a mim mesma, bem assim, egoísta. Mas desta vez, eu sinceramente espero que consiga comover alguém (ou alguéns), como Pedro me comoveu. Precisamos deixar de ser conformistas, acabar com essa balela de que protestos não dão em nada. Só de estarmos nas ruas, nos manifestando, dizendo aqueles que estão no Poder que sim, "estamos atentos e fortes", já é "dar em alguma coisa". Eu estive no protesto e posso dizer que foi uma das experiências mais incríveis que já vivi. Uma energia fenomenalmente boa, pessoas juntas pelo nosso país. Que se preocupam para além de seus umbigos. Que estão se preocupando com a minha vida, a sua, a dos seus filhos e netos. Enquanto você está aí, sentado na frente do computador, achando que já faz o seu papel.



"A hidrelétrica de Belo Monte propõe o barramento do rio Xingu com a construção de dois canais que desviarão o leito original do rio, com escavações da ordem de grandeza comparáveis ao canal do Panamá (200 milhões m3) e área de alagamento de 516 km2, o equivalente a um terço da cidade de São Paulo. O custo estimado da obra é de 30 bilhões de reais. "



sexta-feira, 3 de junho de 2011

Respeitem minhas olheiras negras


Certa feita, um pseudonamoradinho atentou para as minhas olheiras:

- Você tem olheiras bem escuras né?
-É...tenho...
- Passa aqueles cremes pra clarear. Tem dia que tá muito escura.
- É...tem...

Alí se foi 30% do meu tesão por ele. Eu realmente tenho olheiras e escuras. Mas elas dizem tanto sobre mim. É como se me situasse no espaço. As minhas olheiras querem dizer que sou filha de Leila e Cacau. Prima de Mariana Tum e irmã de Nuno e Giulia. É marca registrada das minhas duas famílias. Também podem sinalizar o meu humor. Se estiverem escuras-suaves, tá sussa. Em estando roxa... chegue não! Mas nem sempre, na maioria das vezes tem aquela velha e óbvia ligação com a noite perdida do dia anterior. Só que aí, eu estou mesmo um urso panda, e o meu rosto todo também não nega que estive sensualizando na pista. O mais engraçado é chegar nos lugares super descansada, depois de uma noite delícia de sono refazedor e ouvir: Eta, que a noite foi boa hein?! Foi mesmo. Na minha cama que é lugar quente.

Eu gosto das minhas olheiras, assim como dos meus pés-de-galinha. São as minhas referências. O que me diz: você é Bastos de Aragão. Portanto, por enquanto, nada de rodelas de pepino, tá?

E, a propósito...a vontade que me deu, foi retrucar pro meu afair:

-Pois, tenho olheiras escuras...posso passar cremes. E quem tem pinto pequeno?

rsrs. Brincadeirinha!!!!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Duas da mesma

E hoje é o dia dela. O meu coração sempre fica apertado nesta data, nunca consigo dar aquele abraço que eu gostaria. E passar o dia inteiro com ela, comemorando cada minuto dessa existência exuberante. Todo ano fico pensando como me farei presente. Acho importante que os amigos saibam e sintam o quanto são amados por mim. Ela é muito amada. Porque ela mora lá e eu aqui, mas mesmo assim, está presente diariamente na minha vida. E quando eu estava no hospital em Salvador, foi ela, em São Paulo, que esteve comigo (isso eu nunca vou esquecer). Foi ela que pegou o carro correndo e foi socorrer o meu choro do amor mal vivido, mesmo sabendo que era tudo muito drama. E é olhar na cara dela, pra que eu me sinta segura, pra que eu tenha vontade de ser feliz. É com ela que eu vou a Santo Amaro, beber batida de Tote e cair no chão. Foi ela que me deu ele, graxas a deus. Cada pedaço do que sou eu, encontra ressonância nela. Minha preta gêmea. Duas da mesma. Exista, exista! Adoro te ver existir! Quando crescer, quero continuar sendo igual a você.


Como sempre, comazorra!

sábado, 28 de maio de 2011

Chocada.

choque
s. m.
1. Encontro violento entre forças militares.
2. Embate.
3. Abalo.
4. Comoção.
5. Conflito; luta.

chocar - Conjugar
v. intr.
1. Dar choque, ir de encontro a.
2. Cobrir a ave o ovo para lhe desenvolver o germe.
3. Incubar.
4. Estar no choco.
5. Fig. Estragar-se, apodrecer.
v. tr.
6. Planear.
7. Tramar.
8. Ofender.
9. Dar à luz, produzir.
10. Fazer impressão.
11. Ter em si os germes de.
12. Fig. Planear, preparar em segredo.

.:Entendi... acho que entendi. Chocar é preparar em segredo... quase em gemido baixinho.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Encanteria

Eu amo a música. É algo visceral. Não sei cantar, não sei tocar nada, mas dentro da minha família materna, sou exceção. Minha irmã canta, meus primos quase todos são músicos. Se tive alguma ligação direta com a música, foi na minha vida de bailarina por 15 anos. E também pelos meus namorados. Eu posso afirmar sem medo de errar que 95% deles eram músicos. Não que eu fosse objetivamente atrás dessa espécime, mas era sempre assim: “Legal, o que você faz?”… “ Sou médico, mas toco guitarra numa banda…” Puts!!! Quando falo a meu pai que estou namorando, ele logo me pergunta: “Toca o quê?”. É verdade, música ( e músicos) me atrai muito. Nos últimos anos abri um leque musical muito precioso. Fui apresentada à novos ritmos, sons. Lembro da primeira vez que ouvi uma Orquestra pessoalmente. Foi no TCA, na gravação de um comercial que participei e que tinha uma Orquestra tocando no palco. Achei muito bonito, mas aquilo não me impactou tanto, acho que não era o meu momento de sentir. Foi em outro momento que isso aconteceu. Mas precisamente em Abril deste ano. Fui com minha irmã e um amigo ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, assistir a Orquestra Sinfônica e Coro. Confesso que fui achando que ia dormir no meio do concerto, porém ao chegar na frente do teatro, fui arrebata de pronto pela beleza e grandiosidade daquele lugar. Quando começou o concerto, foi como uma hipnose. A mesma hipnose que senti quando sozinha contemplava a Orquestra NEOJIBA no Teatro Castro Alves, aqui em Salvador. A sensação que o som de uma Orquestra me causa, é algo inexplicável. Eu sinto como se o meu corpo ficasse alí sentado na cadeira e a minha alma vestisse o tutu de bailarina e saísse rodopiando pelo salão. É como se só existisse eu e aquele som dentro do teatro. E quanto mais se vai ver estes espetáculos, mais bonitos eles ficam. Você começa a conseguir percerber melhor o som de cada instrumento. Eu não sei o nome de quase nenhum deles, não entendo de partituras, muito menos sei algo sobre os clássicos desse estílo musical, mas acredito que não é uma questão de entender, e sim, sobretudo, de sentir. E eu sinto com todo o meu corpo e por todos os poros da minha pele. Como se eu me diluísse e me tornasse também partículas sonoras. E aí começa-se a entender porque o Maestro tem aqueles espasmos quando esta regendo. Percebe-se que cada movimento é dono de um som e, posso até confessar, que tive meus espasmos na cadeira, juntamente com arrepios da ponta do pé até o fio do cabelo. Assistir a NEOJIBA foi muito mágico, tanto pelas sensações inúmeras e indiscritíveis que me despertou, como pelo orgulho de saber que algo tão majestoso é coisa da Bahia. De baianos. Tão criticados pela sua produção musical atual e ofendidos como “gente que só consegue tocar instrumento de uma corda só”, a NEOJIBA, assim como a OSBA, (dentre tantas outras boa coisas da nossa terra), vem nos trazer de volta o orgulho da música na Bahia. Falta, que nós valorizemos a boa música. A nossa boa música. Precisamos nos permitir o novo. Acabar com esse preconceito juvenil de que música clássica e orquestra é “coisa de velho” e gente chata. Vá a um concerto, aprecie! Vamos refinar os nossos ouvidos e alimentar a nossa alma. Permita-se o êxtase! Mais uma vez e incanssavelmente, parabéns à NEOJIBA e Ricardo Castro (o que foi aquilo ao piano?!?!??!!!!!). E ao Regente tão novinho, mas tão competente, Ilyich Rivas… 17 aninhos…ah, se ele tivesse ao menos 18…! ;)




"A mente que se abre para uma nova idéia nunca volta a seu tamanho normal" (Albert Einsten)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Canta, canta passarinho...

Ando meio saudosa das pessoas ultimamente. Está perto de ocorrer grandes mudanças na minha vida e eu sei disso, eu sinto isso. Aí eu fico me agarrando desesperadamente as minhas lembranças, como se elas justificassem a minha covardia em não querer mudar. Não é fácil mudar. Mesmo que seja para melhor. Estamos acostumados a ser o que somos e mudar, significar deixar de sê-lo. Significa ressignificar, desde sentimentos, a pessoas, lugares e atitudes. Tornar novo, atribuir outro sentido. Apesar de muitas noitadas musicais, dentro de mim é como se cantasse um único pássaro. A algazarra do mundo externo não tem perturbado as minhas águas mansas . Esta bem, algumas vezes até causou redemoinhos, mas percebo e me distancio. Tenho um objetivo, uma meta. Talvez seja a primeira vez que me sinto veemente determinada a algo. Que traço um plano sobre o que desejo para mim. Me sinto estranhamente serena.

Sou o alvo perfeito de mim.


"Familia:
Dicen que si un hombre sale
a recorrer rumbo incierto
va encontrando en el camino
ese sendero que él mismo
va abriendo.

Me trajeron vientos claros
por Salvador da Bahia,
era de todos os santos
aquel que yo prefería.

Como no podía ser
de otra manera, un día
me fui pra escribir tranquilo
al acarajé da Dinha,
a crear esos caminos,
soledades, alegrías.

Y me encontré una bahiana
de esas que alegran la vida;
de caballero, o cobarde
supersticioso no digo
su nombre entero, más sólo
les nombraré aquel silencio
que su mirada tenía.

Los pasos son vida entera,
los pasos son melodía,
los cantares, la esperanza;
el amor del que camina.

Afinada la guitarra,
cantaré con la voz viva
a los tilos, los tambores
que dejé por la Argentina.
y a la tierra que me brinda
sus primores.

Y voy terminando ahora,
que ella me espera en la esquina,
allí cerca del acarajé
que una vez fundara Dinha,
que fuera buena mujer
si consiguió que un "viajante",
cómo le dicen aquí
detenga su paso un día,
o dos, ya quien sabe
en Salvador da Bahía.

Besos, y saludos para todos. Me quedo en Salvador un tiempo más."

.: Email escrito por um ex namorado para contar a família que não retornaria ao seu país, pois havíamos nos conhecido. Acho lindo. Uma das lembranças que gosto muito!



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nem tanta ordem, mas um grande progresso.

Há muito tempo que não me sinto tão orgulhosa do meu país. No meio de tanta corrupção, Osama que morre, enchente que mata, o Brasil aprova a união entre homossexuais. Estou muito emocionada de verdade. Nunca consegui entender esse preconceito. A religião nunca justificou, somente a ignorância de uma sociedade ultrapassada, ou melhor, desatualizada, presa a tempos tão remotos. Não, eu não sou gay. A minha felicidade é saber que eles lutaram e venceram essa batalha.O que não dilui o muito preconceito que ainda existe e que eles carregam nas costas diariamente. Mas agora serão outros tempos, novos tempos. Consideremos justa, toda forma de amar!




"Pessoas são iguais para suportar deveres e iguais para usufruir de direitos."
(Ministro Carlos Ayres Britto)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Marinalva


Chega uma idade em que as pessoas que você tanto ama, que te viram crescer, vão ficando velhinhas. E começa um ciclo temeroso de despedidas. Um confronto muito forte com a efemeridade da vida: sim, nós morremos! Sim, basta estar vivo, para morrer. E por mais que estejam velhinhos, que estejam doentes, que seja aquela pessoa que a gente não vê há bastante tempo, é sempre doloroso a perda de alguém. Eu, hoje, queria homenagear aquela que nos deixou. Aquela tão querida, com sua famosa e temida “boca suja”. Com seu jeitão “esquisito” e divertido de ser. A ela, que viu meu pai crescer, casar, ter filhos. Que me viu crescer. E por isso, não fui ao cemitério, não gostaria de me despedir dela naquele cenário mórbido. Prefiro guardar a lembrança alegre da sua existência. Chegue fazendo a festa, aonde quer que estejas. Um brinde a sua vontade transbordante de viver! À você, tia Nalvinha, toda a minha gratidão. Obrigada!



sábado, 23 de abril de 2011

Odara


E , mais uma vez, é de repente que meu mundo fica assim...Odara. Sempre depois de um turbilhão de sentimentos positivos e negativos, me vem essa sensação. Uma leveza, uma calmaria, e liberdade. Me sinto livre para ser o que eu quiser, pensar, dizer, fazer o que eu quiser. E faço. Fico totalmente permissiva. Me permito muito. Sinto até inveja de mim. Simplesmente passo a existir com toda a graça que se pode. É uma revitalização das mais gostosas, que acaba por atrair coisas e pessoas tão gostosas quanto. E eu acabo por viver os melhores momentos da minha vida assim, depois de uma ventania. É nos "de repentes" que minha alma dança. Toque o foda-se.



terça-feira, 19 de abril de 2011

Me deixe ser.


Eu sempre acho que me antecipo muito nas coisas. Em todas elas. E todo mundo me orienta a não ser assim tão ansiosa, tão voraz, precipitada até. Mas quer saber? Eu sou assim!!! E, por enquanto, é só assim que sei ser! Talvez com alguns anos de terapia, yôga, e chá de cogumelo, eu me torne uma pessoa mais centrada. Mas por enquanto, quer gostar? Então, aceita! Eu vivo sempre achando que o tempo não vai me esperar. Que o momento é agora. A oportunidade aparece e eu agarro. Ok, poderia agarrar assim tipo, pela mão. Mas eu agarro de corpo todo. E se tiver que soltar, eu solto também. Então, porque isso incomoda tanto as pessoas? Nem acho que esse seja o meu maior defeito...às vezes pode até ser qualidade! Depende das circunstâncias. Cada um no seu ritmo... Acho lindo as pessoas que refletem, esperam, moderam. Eu, ajo duas vezes antes de pensar. Mas posso fazer o quê? Eu sou urgente.


"Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade"

http://www.youtube.com/watch?v=uGTgH2AyQEQ



terça-feira, 12 de abril de 2011

Tente Parar-Me (ou TPM)


E eis que acendo meu cigarro. Fico pensando : “Você é louca!”. Me questiono seriamente a respeito da minha sanidade. Sou completamente mutável. Só não me classifico bipolar porque não preencho todos os requisitos para tal, mas creio que passo perto. Sou muito, mas muito, mas muito impulsiva. Apesar de ter melhorado bastante. Quando isto se junta a ansiedade, pronto! Está confeccionado o meu belo coquetel molotov. E aí, sai de perto. Meto lindamente os pés pelas mãos. O que acontece é que, agora, depois de tanto estudar o ser humano, percebo as coisas mais facilmente em mim. E depois de alguns segundos analiso a total discrepância daquilo que acabei de fazer ou dizer: “Putz!!!”. Aí fico me perguntando onde eu estava com a cabeça. Me arrependo amargamente. Às vezes consigo consertar, muitas outras não. E essa é uma tentativa (descarada) de redenção. Dá pra ser? Reconsidere, mulher de TPM é inimputável.


Fake

É incrível como tudo a minha volta se desorganiza, quando dentro de mim tem uma avalanche. Minha casa está bagunçada há, pelo menos, 15 dias. Quando vem visita aqui, escondo debaixo da esteira, debaixo da cama, ou dentro do armário. E as pessoas acham tudo muito organizado. Talvez eu também esconda minhas inquietações, por trás de um sorriso. Sufoque minhas ansiedades num (ou vários) cigarro. Camufle a tristeza num (ou vários) copo de cerveja. Perdi o hábito de gritar aos quatro cantos as minhas implosões, mas já não sei se isso quer dizer maturidade. Muitas vezes tenho raiva da maturidade. Queria poder bater o pé no chão, fazer beicinho, chorar descabelada e exigir: “eu quero, eu quero, eu quero!”. Eu estou bem feia, mas o meu cabelo está pintado, hidratado e escovado. Eu sou bonita.


PS: Faz parte do meu show.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Corra, Lola.

Fiquei esse tempo todo sem escrever, porque tinha muito a falar. Muito de tudo. E quando tenho muito a dizer, sempre digo quase nada. Sofro desse estigma... sei o que fazer, sei exatamente o que dizer e sei aonde vai dar. Tudo assim, muito claro. E talvez exatamente por ser tão claro, me é tão paralisamente. Congelo. Engasgo. Tropeço. E vou deixando escorrer, em uma súplica silenciosa de que a minha vida resolva-se por si só. O que na maioria das vezes acontece, de forma não muito saudável . O pior é saber. O pior é querer.


"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz"

(C.L.)