Sem esperar. Foi assim que recebi o meu melhor presente de natal dos últimos sete anos. Sete anos. Eu não esperava, não tinha como prever. E como se tivesse me visitado ontem a noite, como se trocássemos confidências ao telefone diariamente, ouvi sua voz me dizer: "Feliz Natal, seca!". A alegria que senti não chegava nem perto de toda a emoção que ainda estaria por vir. A ligação foi refeita como se jamais houvesse sido quebrada. O telefone mudo não calava a alma, e eu podia sentir, como que telepaticamente, a sua, a minha vontade de que estivéssemos juntos. Abrir a porta e ver os olhos pequenos novamente, tão perto dos meus profundos, aflitos, apreensivos. Não sei se foi Elis, atrás da porta, que abriu os seus braços para que me coubesse. Me aconcheguei como se nunca estivesse em nenhum outro lugar, que não naqueles braços Tupy. Era como se fosse a minha primeira vez. Sei que é bastante clichê e um tanto inacreditável. Mas nós sabíamos: Era a nossa primeira vez.A primeira vez daquelas mãos (zinhas) no meu corpo desnudo. Carne com carne, sem tecido.Branco e preto.Era a primeira vez que conhecia seus contornos, e me maravilhava com els. Aquele cheiro de mar, aquele era o de sempre. A estupidez forçada, camuflando a explosão de sentimentos perceptíveis em cada olhar, cada pausa, cada ajeitada de cabelo. Foi a primeira vez... de muitas? Não sei se desejo isso. A dimensão de certas coisas me assusta. Só tenho a grande certeza de que não é atrás da porta que te quero. te quero assim, no presente do indicativo.
Não te falie?!! rsrs...
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