O filme Dom Juan De Marco trata da estória de um jovem, que aos 20 anos de idade, tenta cometer um suicídio por, dizendo-se ser Dom Juan, estar desiludido amorosamente. O jovem é resgatado pelo Dr. Jack Mickler, um experiente psiquiatra, que ao se apresentar ao suposto Dom Juan, entra na sua fantasia e assume o papel de um suposto Don Octávio del Flores, e o leva para um hospital psiquiátrico, o qual ele acredita ser uma vila. A partir daí, o filme desenrola-se de maneira muito interessante. O psiquiatra apaixona-se pelo caso do garoto, e fica tão fascinado com a sua estória romântica, que o deixa livre a ponto de fazer o próprio psiquiatra repensar a sua vida e a sua conduta até ali. O jovem mostra-se o tempo inteiro como uma pessoa extremamente sedutora, mas que na verdade criou um mundo para si, onde buscava esquecer os acontecimentos traumáticos da sua vida, principalmente relacionados a sua mãe, que, ao que parece, foi uma mulher adúltera. Para proteger o seu ego dessa impactante realidade, O “Dom Juan” se utiliza de vários mecanismos de defesa, como por exemplo a negação, que pode ser observado fortemente no filme. Ele nega a sua realidade o tempo todo, porque aquilo lhe provoca uma angústia insuportável. Outro mecanismo que fica bem evidente, é o da identificação. O personagem busca assumir a identidade de Dom Juan, evitando assim o reconhecimento das suas próprias inadequações.Pode-se observar ainda, que ele se utiliza do isolamento, ou seja, ele preferiu isolar os pensamentos que lhe remetiam a fatos desagradáveis da sua vida, desvinculando de outras idéias, para que esses fatos viessem a ficar armazenados apenas no inconsciente, tendo, assim, pouco acesso por ele próprio, evitando as fortes emoções que, por exemplo, a morte do pai de forma trágica , o fazia sentir. Por ter sido sua mãe uma mulher que transgrediu as regras de uma “boa conduta”, ou seja, traiu o seu pai, Dom Juan ficou muito marcado com essa questão da sexualidade e da conquista e, talvez por isso, encarnou esse personagem, no qual poderia, sem maiores problemas, agir de maneira transgressora sem ter que enfrentar as mesmas crivações que enfrentou sua mãe. Foi uma maneira de sublimar o seu desejo e o tornar “aceitável” pela sociedade. Apesar de apresentar todo esse quadro, o rapaz também se mostrava o tempo inteiro consciente da sua fantasia. Ele sabia que aquela sua estória não era real, conhecia a sua realidade, apenas criou para si, um mundo no qual ele pudesse liberar seus desejos, suas fantasias. Um mundo no qual a sua estória fosse bonita e admirada. Era extremamente criativo. Utilizáva-se da máscara justificando esconder sua vergonha por ter sido o estopim da morte de seu pai. Ele conseguia manter uma capacidade de alternância entre a realidade do ego, e as fantasias do id. Estava extremamente consciente de sua vida, de que estava em um hospital psiquiátrico e etc, porém preferia encarar a situação daquela forma fantasiosa, porque lhe era menos desgostoso. O psiquiatra, ao invés de bombardeá-lo com medicamentos, resolveu ouvir sua história e embarcar no seu devaneio, e acabou por envolver-se por completo. O Dr. Jack, inspirado pela narrativa de seu paciente, começa a enxergar o quão cinzenta havia se tornado sua vida amorosa, ao lado de sua esposa. Ele, então, passa a ter um comportamento diferente, começa a querer resgatar o romantismo no seu casamento. Leva flores para a mulher, convida-a para jantar, para fazer viagem romântica e etc. O delírio de Don Juan é extremamente apaixonante, pois trata de uma forma suprema e graciosíssima das questões do amor e da sexualidade. Foi uma troca bastante interessante, na qual o psiquiatra talvez tenha sido o real beneficiado naquele tratamento, já que, a partir daquele caso, pôde trazer a cor de volta para sua vida. No final do filme, Don Juan mostra-se consciente da sua realidade, sendo assim, liberado para um convívio normal na sociedade.
.: Trabalho da matéria Psicologia Geral II. Adorei fazê-lo!!!Até porquê de "Dom Juans" eu entendo muito bem. rs.
Lóire, adorei! Faz muito tempo que vi esse filme, então, não me lembro muito bem, somente de algumas pocas cenas... Mas é lindo! Só não mais do que Johnny Depp, rs.
ResponderExcluirBeijo, prima!
Querida, adorei esta análise, está muito bem feita. Eu adoro este filme e foi demasiado prazeroso rercordá-lo com sua ajuda.
ResponderExcluir(cá entre nós: o Johnny Deep é um gato!!!!!!!)
Beijos, uma leitora de Jequié-Ba
15 de maio de 2009 10:47
Poxa quanta honra, um comentário de uma leitora desconhecida! Que bom que você gostou! As vezes me sinto desestimulada em escrever aqui porquê acho que ninguém lê!rsrsrs. Mas que bom, venha sempre me visitar, e se identifique! Terei prazer em saber quem és! Beijão!
ResponderExcluirPS- Johnny Deep, realmente, sem comentários...rs
LORENA,
ResponderExcluirPARABÉNS PELA EXTRAORDINÁRIA ANÁLISE AO FILME EM QUESTÃO...!
ELA, EM JEITO DE TESE, MOSTRA UMA OBSERVAÇÃO ATENTA E ACIMA DE TUDO INTELIGENTE,
DO POR VEZES COMPLEXO, " MUNDO AMOROSO ".
NA REALIDADE, QUANDO DE UMA FORMA ESCLARECIDA, NÃO NOS CONSEGUIMOS LIVRAR DE NOSSOS FANTASMAS DO PASSADO,
MUITAS VEZES COMPROMETEMOS NOSSO PRESENTE E FUTURO,
ENVOLTOS EM " CAPAS DE DON JUAN ", CAPAS ESSAS, QUE EM VEZ DE NOS PROTEGEREM,
ACABAM POR NOS EXPOR DE UMA FORMA VIOLENTA, AOS DISSABORES DA PERTURBAÇÃO MENTAL E SOCIAL...
QUEIRA ACEITAR, MAIS UMA VEZ MEUS PARABÉNS, POR TÃO DELICIOSA ANÁLISE.
JORGE TAVARES
jtbmw@hotmail.com
Poxa gente, muito obrigada mesmo! Na verdade fiz essa análise sem muita pretensão no segundo semestre da faculdade! Que bom que vocês gostaram, fico muito lisonjeada mesmo com os elogios e espero que me visitem sempre para que possamos trocar algumas figurinhas! Obrigada mais uma vez pela atenção.
ResponderExcluirRecentemente revi o filme, afim de realizar um trabalho para a pós graduação em psiquiatria; Gostaria de deixar aqui minha admiração pelo jeito "gostoso" da sua escrita, além de rememorar os perfis com uma clareza maravilhosa.
ResponderExcluirParabéns
Samir
Obrigada Samir! Fico muito feliz de estar tendo esse retorno totalmente inesperado sobre esta análise. Muito obrigada pelos elogios e apareça mais por aqui! Abraços!
ResponderExcluirSrta Bastos...!!!
ResponderExcluirNeste instante estou vendo o filme e relembrando o que ouvi de um especialista no caso, este me informou que houvera muitos personagens como este "mitológico" na espanha do Sec XVII, mas o que marcou estes sedutores incorrigíveis é que os mesmos iam fundo na viagem de sedução que perdiam o contato com a realidade!!!!
Caso de Psiquiatria!!!!
Acredito que existam muitos "Dom Juans" perdidos em mundos de fantasia.....aguardando uma srta. para resgatá-los do mundo que criaram!!!!!
Engraçado ....muito engraçado!!!!
Dom Juan de Marco " O Sevilhano"
Parabéns! você fez um excelente trabalho!
ResponderExcluirJôsy
Adorei a análise que fizestes! :)
ResponderExcluirConhecer um Don Juan, e o pior, me envolver afetivamente com ele, me fez ressignificar o filme - que por sinal, até já baixei novamente pra rever. :P
Beijos
Que engraçado... Seu texto tem trechos idênticos aos de um trabalho de faculdade publicado na internet (http://www.scribd.com/doc/13245251/Analise-do-caso-Don-Juan). Quem será que plagiou quem?????? Hum....
ResponderExcluirrsrsrs Nem li o trabalho que você mandou no link, grande demais! Por isso mesmo acho dificil eu ter plagiado, teria preguiça em ler isso tudo só pra fazer um plágio. Não plagiei, querido, mas a internet está aí pra ser acessada e utilizada como fonte de pesquisa. Se nesse caso me plagiaram, fico até muito honrada. Mas valeu pelo toque! Beijos
ResponderExcluirInteressantíssima análise, bem fundamentado e suave de se ler, com uma ponderância admirável, com certeza entendestes o que é o amor através dos olhos do protagonista.
ResponderExcluirOi Lorena.. Estou fazendo uma trabalho sobre Sexualidade e Poder, e como assisti este film e há alguns anos, resolvi pesquisar algo na internet. Por fim, achei este link que me ajudou bastante!!! Valeu por sua interpretação....
ResponderExcluirObrigada
Naemi
Olá, estava procurando esse filme, para comprar,baixar,assistir, enfim e no google me deparei com seu blog, li sua análise do filme e parecia que o assistia novamente,(e isso tem tempo!).Gostaria de parabenizá-la pela riqueza de sua análise, e constatei que esse mundo é pequeno, vc é seguidora do Blog Memórias do Mar, do Marlon Marcos, e admiradora de Bethânia..muito bom!!E ainda é de Salvador BA, terra dos meus sonhos.To curtindo muito seu blog.Parabéns!
ResponderExcluirAbraço
Michele
Fico muitíssimo feliz e honrada com tantos comentários nesse post. Quando eu menos espero, sempre surge um. Obrigada a todos pelos elogios. Gostaria que se identificassem, de repente podemos conversar, trocar idéias, fazer amizade. Fica a dica! rsrs
ResponderExcluirObrigada!
Lorena
Assisti esse filme ha mtos anos atras e por ser mto nova nao pude "absorver" toda a essencia do mesmo.
ResponderExcluirOntem resolvi baixar e hj assisti novamente. Fiquei estasiada e ao termino, resolvi procurar na internet algum comentario sobre...
Achei mto bem escrito e tao delicioso de ser ler qto foi ao de assistir ao mesmo!!
Parabens pelo trabalho!!!!
Amigaaaaaaaaaaaaa, seu trabalho está sublime!!!!!!
ResponderExcluirParabéns!
Saudade!
Beijão
Muito interessante a sua análise. Parabéns!
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