sexta-feira, 30 de abril de 2010

Clarice, traga meus mortos.

Eu estava já deitada, mas não resisti em levantar. Da minha cama eu vejo o computador, e na minha tela, Clarice, a Lispector. Me olhando violentamente. Eu tento me explicar, mas ela não quer nem ouvir. Disse que cansou da mesma história, do mesmo papo. Poxa, mas eu queria que ela soubesse que dessa vez vai ser diferente. Juro que vai!!! Para Clarice, com essa descrença! Eu sei que eu prometi, mas acontece né? Já conversamos várias vezes sobre a arte da repetição... Já conversamos diversas vezes sobre tudo. E eu sempre tento falar, mas suas palavras me calam. Na verdade ecoam dentro de mim, como se no meu corpo não tivesse nada, além do som daquelas palavras. A forma como tudo o que é dito por você vai se colando a cada poro da minha pele, e aí eu sinto que somos uma só. Engraçado eu dizer que sou você, ou que você sou eu. Engraçado e pretencioso, porque perto de você, Clarice, eu nem sei se realmente sou.

Obrigada por me ouvir, mais uma vez e sempre.
E desculpa, Clarice.
"Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ele passarinho.

Lorena diz:
leu lipe?

Felipe diz:
vou ler loren
ah lorena
comecei e fiquei com ciume e aí?

Lorena diz:
rsrsrs
superesupere
ele passará
você passarinho

Felipe diz:
vou tentar crer

Lorena diz:
creia

Felipe diz:
lorena
xô dizer...
linda é vc!
só vou dizer isso.

Lorena diz:
poxa
me pegou de surpresa filipi

Felipe diz:
de verdade lorena

Lorena diz:
poxa filipi
obrigada
de verdade
fiquei emocionada

Felipe diz:
eu tb
acho que deus te fez magra pra dizer assim: essa não precisa de corpo, essa é pura alma e coração!

Lorena diz:
filipi
eu vou chorar

Felipe diz:
é serio.
vc... só existe vc.

Lorena diz:
quer casar comigo?
rsrs

Felipe diz:
rsrs

Lorena diz:
vou blogar isso

Porque ele é muito mais do que muita coisa. E como ex namorado, dá o melhor dos melhores amigos. Ele passarinho.

.:Para o babe, com amor eterno.

terça-feira, 30 de março de 2010

Dessas que só dizem sim...



"Veja bem, meu bem
Sinto te informar que arranjei alguém
pra me confortar.
Este alguém está quando você sai
E eu só posso crer, pois sem ter você
nestes braços tais."

Quando eu digo a vocês que a minha vida é feita de repentes...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sem você, sei quase nada...


Porque nada sem você faz sentido. Nada. De nada adianta não ir pra faculdade sem ter você no meu quarto, dormindo. Faço vitamina de banana pra ninguém. Me arrumo, ponho um vestido florido, e ninguém vê. De nada adianta um domingo de sol, se você não está aqui, pra acordar as 14 horas e irmos para a praia na hora de voltar. Sorrir, sem você não faz sentido. Que não é igual a sorrir com você. A tomar café com você. A comer, e dormir, e comer, e dormir, uma sequência de vezes. Isso sem você? Me responde, faz sentido? Saber dos segredos mais secretos e não te contar... não tem a menor graça. Ganhar dois ingressos do camarote do show de Maria Gadú e não ir com você, e não te contar como foi, e não saber como vai. E não saber se vais, ou se ficas. Ficar parada na blitz, ter o carro guinchado e ficar sozinha, quando poderia ter ligado para tantas pessoas. Mas era você. Seria você, sempre meu herói, que iria me buscar, me acalmar, me fazer da risada daquilo tudo. E não sendo você, então que não fosse ninguém. E não sendo ninguém, fico na angústia de ser só eu. Eu só, em um mundo de gente.


Te amo. Ainda que sozinha.




PS: Caros leitores, desculpa os textos tão pessoais ultimamente, se não gosta das minhas interioridades. Mas tem coisas que só consigo dizer ao meu blog.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Memórias póstumas de um beijo sem lembrança

"Difícil traduzir a sensação que tive quando nos rendemos àquele meteórico beijo. Pensei em tantas coisas em tão pequena fração de tempo que pensei em quase nada. Ou nada sólido. Pondo a canto a positividade ou não das emoções, seria, talvez, como ter á testa o algor de um cano de revólver. Nesse momento se pensa em tudo e nada ao mesmo tempo. Como se toda uma vida, o que se foi e o que deveria ser, passasse tão desenfreadamente pela cabeça que não fosse possível ordenar um pensamento sequer. Resta apenas um aspirante e quase subconsciente talião a ecoar como um bordão: vou morrer!, vou morrer!. A mesma ressonante inoportuna domava meus sentidos ao passo que a boca molhada com gosto de não-me-lembro-o-quê degustava solitária o ósculo por tanto e tantos desejado: Vou morrer!, vou morrer! Se senti outra coisa enquanto beijava Chico, o Buarque, não me recordo. "

** Conto de minha amiga (e figuraça) Nyala. Porquê onze, de cada dez mulheres, querem o Chico!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Eu sou brega.

Eu estava alí, deitada, tentando tirar um cochilo antes de cair na noite de sexta...mas não consegui. Desliguei a luz, a televisão, mas não adiantou, porquê dentro de mim não se fez silêncio. Uma angústia por não sei o quê, uma ansiedade que vem não sei de onde. Coração tão apertado...quer dizer, na verdade acho que o contrário. Acho que meu coração infla. Infla tanto, tanto que toma o corpo, a cabeça. E eu posso sentir cada batida dele. Isso acontece com vocês? A agonia é tanta que se sente cada batida que o coração dá, numa ressonância tão forte que parece até que o coração está parado, e o que esta batendo é o corpo todo : "TUMMM MMM MMM MMM". Eu fico de saco cheio de mim. Dessa minha mania de querer amar, de querer um amor. Não consigo viver sem estar apaixonada. É sempre tudo tão intenso, que ao fim de cada emoção eu me sinto esgotada. E eu não falo de estar apaixonada por homem, necessariamente. É estar apaixonada por uma amizade, um livro, uma banda, uma cidade, de uma forma tal, que não me passa outra coisa pela cabeça que não tenha relação com a paixão do momento. Estou cansada de ser assim, quero sintonizar. Sabe? Nem alta estação, nem baixa estação...tipo assim, primavera.


Eu amo demais. E cansei .




"...Basta um instante

E você tem amor bastante."
(P. Leminski)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

De repente, nós.

A importância de um sentimento está na intensidade com que ele acontece, e não no tempo. Fato comprovado. Na minha vida, tudo sempre acontece no "de repente". Tava tudo bem, aí de repente... Tava tudo horrível, aí de repente... Tava tudo calmo, aí de repente... De Repente é carnaval! De Repente, é Recife. O colorido de suas ruas, dos seus blocos de fanfarra e maracatu, da tradicional Olinda. É impressionante como aqui em Salvador nós não fazemos noção do que é BRINCAR CARNAVAL, no sentido literal da palavra. São concepções diferentes de diversão. Em Pernambuco, as pessoas realmente brincam. Adultos, crianças, idosos. Todos põem suas fantasias e vão as ruas cantar as marchinhas. "Oliiinda, quero cantar a tii, esta canção...". Muito bonito! Sem falar nos shows que vão madrugada a dentro, numa festa de ritmos e sons para todos os gostos. Um carnaval multicultural, como eles dizem por lá. Reunião de todas as tribos e respeito a diversidade. Amei Pernambuco, com todas as forças. Amor no bater dos olhos. Quem disse que não se pode amar assim, num rompante? Paixão a primeira vista; vista de olhos verdes e íris amarela. Pés andarilhos, coração nômade. Que cantei, que dancei, que me entreguei, que tem uma admirável beleza. Que me leve. Que te guardo.